Fim das preferências tarifárias? Como a decisão unilateral pode afetar a indústria automotiva Brasil-Colômbia
No início de agosto de 2024, a Associação Nacional de Movilidad Sostenible (ANDEMOS) expressou sua profunda preocupação com a decisão unilateral do governo colombiano de terminar as preferências tarifárias no setor automotivo com o Brasil. Essa mudança tem implicações significativas não apenas para a indústria automotiva colombiana, mas também para a brasileira, colocando em risco uma relação comercial que tem se mostrado vantajosa para ambos os países ao longo dos anos
O que é o ACE 72?
O Acordo de Complementação Econômica nº 72 (ACE 72) foi criado para facilitar a formação de uma área de livre comércio entre o Mercosul e a Colômbia. Seu principal objetivo é promover o desenvolvimento econômico, fomentar investimentos recíprocos e fortalecer a cooperação em diversas áreas.
Desde sua implementação em dezembro de 2017, o ACE 72 tem sido um pilar importante para as relações comerciais entre Brasil e Colômbia. O acordo substituiu o Acordo de Complementação Econômica nº 59 (ACE 59), que abrangia não apenas a Colômbia, mas também Equador e Venezuela. A entrada em vigor do ACE 72 ajudou a simplificar e focar as relações comerciais bilaterais, facilitando o crescimento das exportações brasileiras para a Colômbia.
Fim das preferências tarifárias
A decisão unilateral do governo colombiano de encerrar as preferências tarifárias para o setor automotivo representa uma quebra significativa nos termos do ACE 72. A falta de consulta prévia com o Brasil e outros membros da Comissão Administradora do acordo levanta preocupações sobre a transparência e o diálogo entre os países. Essa decisão não apenas afeta o comércio bilateral, mas também pode resultar em um aumento das tarifas e preços dos produtos automotivos, prejudicando os interesses brasileiros e desestabilizando a relação comercial negociada e estabelecida.
Impactos Econômicos e Industriais
Para o Brasil, o fim das preferências tarifárias pode trazer uma série de consequências adversas. A indústria automotiva brasileira pode enfrentar aumentos significativos nos custos de importação e exportação de veículos e autopeças.
Em 2023, o Brasil exportou um total de 381.999 veículos, dos quais 35.280 foram destinados à Colômbia, representando cerca de 9,2% das exportações brasileiras. Este impacto é ainda mais significativo ao considerar que a Colômbia é o terceiro país com maior representatividade na exportação de veículos do Brasil, após Argentina e México.
A interrupção das exportações para a Colômbia traria impactos negativos significativos na economia brasileira. A Colômbia possui a terceira maior frota de veículos da América do Sul, representando 7,3% da frota total da região, atrás apenas da Argentina e do Brasil. A perda de um mercado tão relevante significaria uma diminuição expressiva nas exportações brasileiras, afetando diretamente a produção local.
Além disso, a interrupção das exportações para a Colômbia afetaria não apenas a produção de veículos, mas também a cadeia de suprimentos de autopeças e outros componentes essenciais. Dados da Fraga Inteligência Automotiva e Promotive demonstram que o potencial de exportação de peças de reposição do Brasil na América do Sul coloca a Colômbia como o segundo maior mercado, representando 15,8% das exportações brasileiras, perdendo apenas para a Argentina, com 36,5%. Isso evidencia que o mercado colombiano é crucial para o aftermarket automotivo brasileiro, e qualquer interrupção poderia resultar em uma queda na produção.
A Importância do Diálogo Internacional
A situação atual destaca a importância do diálogo e da cooperação internacional para resolver conflitos comerciais de maneira eficaz. O ACE 72 foi projetado para facilitar o comércio e promover a integração econômica entre os países participantes, e sua eficácia depende da manutenção de uma comunicação aberta e de soluções negociadas.
Na América do Sul, a Colômbia detém 7,3% da frota total, uma representatividade significativa que reflete a importância deste mercado para o Brasil, que lidera com 53,6% da frota da região. Esta forte presença no mercado automotivo sul-americano reforça a necessidade de manter um diálogo aberto para evitar impactos adversos nas economias de ambos os países.
A resolução desses conflitos por meio de diálogo pode evitar medidas punitivas e restaurar a estabilidade nas relações comerciais. O compromisso com a cooperação internacional é essencial para garantir que acordos comerciais beneficiem todas as partes envolvidas e contribuam para um mercado mais equilibrado e competitivo.
A ANDEMOS
A ANDEMOS tem desempenhado um papel crucial na expressão das preocupações do setor automotivo colombiano. A associação tem instado o governo colombiano a reconsiderar sua decisão e a buscar soluções que não prejudiquem o comércio bilateral e o setor automotivo.
O apelo da ANDEMOS é um lembrete da necessidade de diálogo contínuo e de negociações para resolver as diferenças e proteger os interesses de ambas as partes. A colaboração e o entendimento mútuo são fundamentais para manter acordos comerciais estáveis e benéficos para todos os envolvidos.
Em alta
- All
- Aftermarket
- Automotivo
- Fraga
- Gestão de produtos
- Inovação
- Mercado
- aprendiz
- automechanika 2024
- automechanika frankfurt
- autopeças
- brasil
- byd
- caminhões
- carros eletricos
- carros hibridos
- conscientização
- estágio
- fenatran
- frota
- frota circulante
- in-house
- informe aftermarket
- inteligência de mercado
- intelliauto
- jovens talentos
- lançamentos autopeças
- mercado automotivo
- nossa base é top
- outubro rosa
- reposição
- reposição automotiva
- saude mental
- setembro amarelo
- vagas
- veiculos eletricos